sábado, 7 de janeiro de 2012

A vida do advogado e inspetor rodoviário aposentado Osvaldo Alves de Almeida

Osvaldo Alves de Almeida nasceu a 9 de agosto de 1941, no povoado Santo Antônio, na cidade de Ilhéus/Bahia.

Osvaldo Alves de Almeida nasceu a 9 de agosto de 1941, no povoado Santo Antônio, na cidade de      Ilhéus/Bahia. Seus pais: José Ismael de Oliveira e Maria Alves de Almeida.
Numa clássica foto em família.


O pai atuou por muitos anos no comércio de açúcar. “Levava de Sergipe para a Bahia sacos e mais sacos. Vendia pelos povoados e cidade a partir da cidade de Jeremoabo, partindo para o povoado Água Branca, Cocorobó, seguindo em frente”. Começou alugando caminhão e depois com seu próprio veículo”. 

De seu pai, que faleceu há um ano e poucos meses, o filho registra muita saudade. Dele, admira o seu caráter por ter sido um homem de uma só palavra, cumpridor de seus deveres e querido por todos, pela sua cordialidade e maneira carinhosa com que tratava as pessoas.

Diz que no início de sua juventude por um tempo viajou ao seu lado pelo sertão da Bahia, quando constatou que seu pai era muito querido pelos seus clientes. Também revela que além da comercialização de açúcar, no retorno de sua viagens comprava carneiros e bodes para comercializar em Aracaju.  

No registro da sua vida de patrulheiro rodoviário federal.

Sua mãe teve oito filhos: José, Roberto, Osvaldo, Antônio, Adelson, Maria José, Lindete e Jucilene. “Ela está com 91 anos de idade. Eu passo todos os dias em sua casa. Ainda faz aquela comida deliciosa. Ela é carinhosa, zelosa, fidalga, uma mãe querida por todos seus filhos. Graças a Deus ela está viva e lúcida. Esse 
seu lado familiar eu passo para os meus filhos e netos”. 

Embora Osvaldo tenha nascido na cidade de Ilhéus, seus pais retornaram para a terra de origem, o povoado Carrilho, na cidade de Itabaiana, quando o filho contava com seu primeiro ano de idade. Logo trataram de providenciar o batismo de Osvaldo, na Paróquia Santo Antônio, na sede do município.

Os primeiros passos na educação foram dados no povoado Carrilho, com a professora Lília de Domingos de 
Paixão. Depois estudou no povoado Sítios, também em Itabaiana, com a professora dona Lourdes, filha de Pedrinho Tavares. Em seguida, seus pais passaram a morar na sede do município e Osvaldo foi estudar com a professora Valtrudes, filha de Josias Boiadeiro. “Quando estava pra concluir o curso primário, meu pai passou a morar em Aracaju por conta da evolução de seus negócios”. 

Com o Padre Oséas, Manoel Messias, Valdeci, Maria do Carmo Déda e Edson Ulisses.


O pai compra um ônibus  para o serviço de transporte coletivo, chamado na época em Aracaju de marinete. Por conta do investimento, os dois filhos mais velhos tiram carteira de motorista. Como Osvaldo ainda não tinha 18 anos de idade, passa a trabalhar na marinete na condição de cobrador. “Meu pai começava a viajar 
para o sertão da Bahia e um dos filhos mais velhos foi dirigir o caminhão. Nesse período já era maior de idade e tinha tirado carteira de motorista. Sendo assim, passei a dirigir a marinete pelas ruas de Aracaju na linha do bairro 18 do Forte/centro comercial”.

No Educandário Betel, na rua Japaratuba, termina o curso primário. Em seguida, aprovado em exame de admissão, passa a estudar na antiga Escola Industrial de Aracaju  (depois transformada em Escola Técnica Federal), mas não chega ao final do curso técnico, diante da necessidade  de trabalhar. “Trabalhei num lenheiro no cais do porto, vendendo cal, lenha, tijolo, caibro. Foi uma experiência terrível. Foi quando senti na própria pele que tinha necessidade de estudar para ser gente. Daí fui servir o Exército Brasileiro, que foi  a grande escola da minha vida. Minha maior experiência”.

“Quando dei baixa, poucos meses depois fui chamado como reservista para servir na Faixa de Gaza, guarnecendo o Canal de Suez, integrando as Forças da ONU. Me apresentei e passei por uma tiragem no 28 BC e na triagem em Salvador, mas tive uma frustração: o alto comando do Exército deu preferência para levar o 3º Exército, que era da região Sul, desprestigiando o nosso 4º Exército, da região Nordeste. Confesso que fiquei muito triste”.

Numa foto montagem com a esposa e filhos em suas formaturas.


Com a criação da Polícia Rodoviária Federal no Estado de Sergipe, Osvaldo se candidata a uma das vagas e sai vitorioso, após prestar exame realizado no Quartel do 28 BC. “Fui aprovado em 4º lugar. Fizemos o nosso treinamento no Quartel do 28 BC e fomos fazer a parte prática na Bahia, na rodovia Salvador/Feira de Santana, pelo período de três meses. Retornamos e inauguramos o nosso 1º Posto da Polícia Rodoviária em Sergipe, no Km 92 da BR-101, próximo à Irmãos Curvelo, em 15 de setembro de 1966. Sou um dos fundadores. Éramos 12 patrulheiros”.

Conta que o trabalho de patrulheiro rodoviário em Sergipe representa uma época muito feliz em sua vida. “Trabalhei 30 anos no serviço ativo e me aposentei no último nível da carreia de policial rodoviário federal: a carreira de inspetor de Polícia Rodoviária Federal. Tive todas as promoções”.

Como patrulheiro, diz que foram muitas noites perdidas, muito desgaste físico e mental, muita preocupação 
e muita dedicação. “Eu sonhava o dia que ia trabalhar para vestir aquela farda para desempenhar o papel de policial. Salvei muitas vidas, muita gente foi socorrida, outras pessoas não tive como chegar a tempo para o devido socorro, mas a parte gratificante é por conta das vidas que socorri, retornando com vida”.

Registra que fez cursos de escolta de segurança e que muitas vezes trabalhou como batedor de ministros e de outras autoridades de nível federal. “Eu comandava a parte de escolta e também era o chefe do setor de informações”. 

Em momento de descontração no Hotel Fazenda Boa Luz com colegas da Polícia Rodoviária Federal.


Antes de se aposentar já representava em Sergipe a “União dos Policiais Rodoviários do Brasil”,  com sede na cidade de Petrópolis (RJ), instituição que em 15 de setembro completa 63 de criação. “Desde 1967 eu participo. Fui o 1º delegado regional da Casa do Inspetor no Estado de Sergipe. Ainda hoje represento a instituição e me realizo. Tenho tempo disponível para desenvolver um trabalho social para os nossos associados, os nossos policiais rodoviários.

É casado com Josefa Bernadete Vasconcelos desde 20 de fevereiro de 1971. “Casei em pleno Carnaval”. Tem três filhos: Rodrigo, Marcone e Lícia. Os dois primeiros são advogados e Lícia é psicóloga. Minha mulher é pedagoga e eu sou advogado. Sou da 1ª turma de Direito da Universidade Tiradentes, em 1985. Tenho dois netos: Artur e  Felipe”.

Fonte:Jornal da Cidade