domingo, 4 de dezembro de 2011

O Super Hiper Radar

Esta historinha aconteceu na fase de estagio de uma das antigas turmas da PRF no Rio de Janeiro, numa unidade militar onde os novos patrulheiros recebiam instrução.
O velho sargento Perpinério era exigente, rigoroso, enfim, um grande Caxias que vivia distribuindo broncas por qualquer falha que os recrutas cometessem. Uma barba mal escanhoada, um calçado com menos brilho, ou qualquer pequeno engano cometido durante a instrução, serviam de motivo ou de “pretexto” para intermináveis sermões, onde eram evocadas as ínclitas figuras de Caxias, Ozório, Sampaio, ou para desmoralizantes “mijadas”, onde as palavras mais amenas, eram suínos e batráquios.
Mas, onde Perpinério adorava mostrar toda a sua caxiagem, era no exaustivo treinamento de ordem unida. Nessas ocasiões e coisa ficava realmente feia para a recrutada, eram centenas de em freeente, direiiita e esqueeerda, volveeer,

acelerado, meia volta, enfim, uma verdadeira tortura para os novatos. Mas, como todo mortal, o velho Perpinério também tinha as suas falhas e a maior delas era o sério problema de dicção, que o impedia de pronunciar corretamente a palavras ALTO. Para seu desgosto, e para desgraça dos recrutas que certa manhã realizavam exercícios de ordem unida sob seu comando. Após umas boas duas horas de evoluções, centenas de direitas, esquerdas, meias voltas, em frente, etc., o sargentão resolveu iniciar o treinamento de parada de marcha, isto é, fazer ALTO. Colocou o pelotão em forma, ensinou que só deveriam fazer ALTO após a contagem de um, dois, três, quatro, e sapecou a voz de comando:
 - Ateeenção escola... ordinário maaarrrche!
Momentos depois, berrou deixando perceber a falha de dicção:
- Ateeenção escola...AL!
A turma contou um, dois, três, quatro e efetuou a parada. Perpinério corrigiu os erros e repetiu o treinamento pelo menos umas cento e cinqüenta vezes, até que anunciou a ultima manobra.
Aí, meus camaradinhas, o bicho pegou. “Piranha”, a cadelinha de estimação do quartel que vivia correndo junto à tropa, meteu-se entre as pernas de Zambeta, o mais enrolado de todos os recrutas, que, p. da vida, desferiu um violento chute no animalzinho que, imediatamente, soltou um sonoro e doloroso ÁU!
O pelotão rapidinho mandou ver a contagem: Um, dois, três, quatro e fez alto. Perpinério, que não havia comandado a parada, injuriou-se e tomou quatro seríssimas providências: Mandou dar sumiço em Piranha, meteu a caneta em Zambeta, pagou uma tremenda “mijada” na recrutada e prorrogou por mais duas horas os exercícios de ordem unida.
É mole ou quer mais?