Policiais reivindicam melhores condições de trabalho nas delegacias.
Falta de efetivo, equipamentos e instalações estão entre os problemas.
Policiais federais e rodoviários federais que atuam nas fronteiras do país passaram a manhã desta quinta-feira (24) em operação padrão por melhores condições de trabalho.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul, Ubiratan Antunes Sanderson, a operação se estendeu até o meio-dia em todas as delegacias de fronteira da PF. “Estamos buscando chamar a atenção do governo federal para o descaso na fronteira. Temos um efetivo irrisório. Há seis anos sem concurso. Tem colegas nossos que estão no Chuí que não tem dinheiro para ver a família. Estamos revoltados”, afirmou.
De acordo com o sindicato, há postos nas fronteiras que ficam com apenas um policial durante um turno. Durante a operação padrão, agentes de outros postos foram até as delegacias de fronteira auxiliar os colegas, como deveria ocorrer "por padrão", diz Sanderson. “Teria que ter no mínimo de seis a dez agentes. Se o governo não se manifestar, vamos fazer novas operações.”
Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), além de melhores condições de trabalho nas fronteiras, os policiais também reivindicam a indenização de fronteira e em áreas de difícil provimento; o fim da terceirização dos serviços da PF; a adoção de critérios claros na política de remoções; o fim das perseguições a representantes sindicais e servidores e a uma política de enfrentamento ao assédio moral dentro do Departamento da Polícia Federal.Em manifesto, os policiais afirmam que há falta de efetivo, de equipamentos básicos, como coletes balísticos e armamento, e precariedade das instalações de postos e delegacias, o que fragiliza a segurança das fronteiras.
“Com a fragilização do poder repressivo da Polícia Federal, os mais de 16 mil quilômetros de fronteira do país se transformam em porta de entrada de contrabando, armas e drogas que corroem a família brasileira e impulsionam a criminalidade nas grandes e pequenas cidades”, diz a nota.
Leia a íntegra do manifesto a seguir:
“Os policiais federais brasileiros vêm a público denunciar as péssimas condições de trabalho enfrentadas pela Polícia Federal nas fronteiras do país. A falta de efetivo, de equipamentos básicos, como coletes balísticos e armamento, a precariedade das instalações de postos e delegacias fragilizam a segurança das fronteiras.
Acreditamos em uma Polícia Federal forte e atuante, que combata o crime em todas as suas formas, mas infelizmente os crescentes cortes orçamentários, a falta de valorização dos policiais e uma política de enfraquecimento da instituição nas fronteiras constituem ameaças ao país, a sua soberania e ao seu povo.
Com a fragilização do poder repressivo da Polícia Federal, os mais de 16 mil quilômetros de fronteira do país se transformam em porta de entrada de contrabando, armas e drogas que corroem a família brasileira e impulsionam a criminalidade nas grandes e pequenas cidades.
Nunca é tarde para lembrarmos que O CRIME ORGANIZADO NÃO RESPEITA FRONTEIRAS, RESPEITA, SIM, UMA POLÍCIA FEDERAL FORTE E COM POLICIAIS VALORIZADOS E MOTIVADOS.
Para isso, os policiais federais brasileiros querem a imediata adoção de uma política de reestruturação da infraestrutura da Polícia Federal nas regiões de fronteira, com a reforma e/ou construção das unidades da PF. Da mesma forma, propomos a aquisição de novos equipamentos, como coletes balísticos, armamento, barcos e viaturas, para fazer frente ao crime organizado.
Exigimos ainda a instituição de uma indenização de fronteira a fim de valorizar os policiais lotados nessas regiões, como recebem as Forças Armadas.
Nosso empenho em favor do fortalecimento da Polícia Federal nasce da necessidade de reforçarmos uma instituição que, ao longo dos últimos anos, vem dando mostras de um valoroso trabalho em favor do Brasil e contra o crime. Sendo assim, não descansaremos enquanto o atual quadro em que se encontram as fronteiras do país não for drasticamente alterado.
Queremos uma Polícia Federal forte. Queremos policiais federais motivados e reconhecidos. Mas, acima de tudo, nossa principal meta é contribuir efetivamente para a prestação de serviços de segurança pública de melhor qualidade para todos os cidadãos brasileiros.
Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef”