quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A Afegã



Esta  historinha nos  foi  contada pelo  companheiro Theobald,  que  jura de mãos  postas  ser a mesma verdadeira e muito divulgada na época em que che­ fiava o antigo Núcleo 7/4 da PRF do Rio de Janeiro. Existia então um colega naquele núcleo que se achava
o cara  mais  bonito,  mais  gostoso  e mais  irresistível  da paróquia. Em suas  conversas, tinham  amplo  destaque as lindas  mulheres,  suas incontáveis  conquistas e o seu inacreditável apetite  sexual,  capazes de causar  inveja  a qualquer Casanova,  Barba Azul ou Don Juan.
Por todos esses "atributos", o cara recebera o apelido de Piranhudo, exatamente o oposto ao nome de sua ciumenta esposa,  a simples e modesta  Angélica.
Certa  noite,  no período  pré-carnavalesco,  Piranhudo
com seus modos  autoritários  determinou  à Angélica que preparasse a sua fantasia  de Zorro, pois estava a fim de arrebentar  a boca do balão na batalha de confetes que se realizaria na sede do bloco  "Me Engana Que eu Gosto".
Como diz o ditado, manda quem pode e obedece quem tem  juízo. Partindo  dessa  premissa, Angélica tratou  de obedecer, embora  p da vida, mas que jeito, se ela amava de verdade o canalha  do Piranhudo.
Como  não conseguia conciliar  o sono, Angélica teve o ciúme  aguçado e resolveu  que  iria  dar  um tremendo flagrante  no cretino.  Levantou-se,  tomou um bom banho, perfumou-se, vestiu  uma  antiga  fantasia  de afegã  (com

burca e tudo) e se mandou para a sede do "Me Engana Que eu Gosto", onde o canalha devia estar botando pra quebrar.
Mal entrou no salão, estava o zorro, atracado a uma exuberante mulata, entregues a uma de beijos, amassas e bulinações. Imediatamente Angélica deu cartão vermelho à mulatona e atacou com tanta disposição que, após uma série  de  apertões, beliscões, beijos  e abraços, o zorro resolveu  partir para os finalmentes,  levando  a linda afegã para  um  local  ermo,  fora do  salão,  onde,  minutos  após, completamente ouriçado, deu-lhe um tremendo  créu, que seria repetido por mais duas vezes.
Logo  depois, Angélica se mandou para  casa,  onde aguardaria o safado Piranhudo  e lhe daria uma tremenda dura, exigindo uma explicação para tanta sacanagem. Ao chegar, o safado foi logo interrogado pela mulher e, com voz sussurrante, respondeu: "Amor, não queira nem saber, tive uma terrível dor de cabeça, resolvi ficar jogando  cartas  e emprestei a fantasia para o amigo Trolha que ao devolvê-la disse que se divertiu a valer, com uma piranha  fantasiada  de afegã que pintou na área".
É mole ou quer mais?